SIMPATIA FULL TIME


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SIMPATIA OCUPA A CASA HOFFMANN


15/04 – 19hrs: Abertura das instalações + Mostra de vídeos do Youtube + Ação performática.

Alem de uma mostra dos videodanças produzidos durante a pesquisa, inclusive o vídeo produzido através do programa Rumos Itaú Cultural Dança 2009-2010, as artistas apresentarão o projeto usando o YouTube. Uma noite na qual Cândida Monte, Dayana Zdebsky, Giorgia Conceição, Patrícia Smaniotto e Stéphany Mattanó compartilham seus vídeos favoritos e que forneceram uma base direta para as práticas das artistas dentro do Simpatia Full Time. As apresentações serão seguidas por uma sessão de conversa com as artistas, uma ação performática e um coquetel de inauguração.

16/04 e 17/04 – 20h: Peça de dança TECHNO MARAVILHA, de Giorgia Conceição.

19/04 e 20/04 – 20h: Peça de dança HIPOPÓTAMA, de Cândida Monte.

21/04 – 15h: Ação performática SIMPATIA NA LAGE – com a participação especial da banda Grupo Simpatia e Miss Simpatia Curitiba 2010.

No feriado, o público curitibano apreciará um coquetel brasileiro junto com a equipe Simpatia Full Time, ao som de música ao vivo, performances e presença da Miss Simpatia 2010.

22/04 e 23/04 – 20h: Peça de dança POP.HIPNOTIC.MACHINE, de Stéphany Mattanó.

24/04 – 20h: Peça de dança POP.HIPNOTIC.MACHINE, de Stéphany Mattanó;

21h: Peça de dança TECHNO MARAVILHA, de Giorgia Conceição;

22h: Peça de dança HIPOPÓTAMA, de Cândida Monte.


A instalação estará aberta para visitação a partir do dia 16/04, no horário de funcionamento da Casa Hoffmann (Segunda a sexta: 9h às 12h - 14h às 18h). A entrada é gratuita.


Os ingressos para as performances estarão sendo vendidos no local, a preço popular, 3no valor de R$ 15,00 e R$ 7,50.



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Hipopótama - por Cândida Monte.

Abaixo, coloco algumas questões levantadas por Patrícia Smaniotto, através de um bate-papo pelo Skype, no último dia 30, e organizadas aqui nesse texto, por mim. Coloquei para Patrícia que estava lidando com o simpatizar, como uma busca de pertencimento, conversamos sobre minhas motivações, e a Patrícia me balançou assim:

... disfarçar, camuflar, esconder - não lidar com o que essas partes do teu corpo são de fato, a busca de se identificar com o outro pra construir uma subjetividade diversa da que tinha até então.

... a simpatia é uma aceitação do outro, mas não acho que seja um movimento de identificação, não pelo menos em forma de ações que busquem o pertencimento ao mesmo universo do objeto da simpatia, porque o outro é sempre outro. Você pertence a si mesma, ao universo que você recebe e, depois, ao universo que você constrói conscientemente, nunca vai pertencer ao universo do outro. O que é possível se criar é um dialogo, desenvolver o sentimento de hospitalidade. Hospitalidade no sentido dado por Derrida, ou seja, receber o outro em você sem impor condição. Só assim é possível haver encontro, ou seja, pela tentativa de receber o outro em sua vida - e porque não - em seu corpo, do jeito que ele é. Pode-se abrir espaço em nós para o reconhecimento dessas diferenças que estão na base da idéia de pertencimento cultural e mesmo de subjetividades individuais.

... é preciso alguma violência de nós mesmos em relação a nós mesmos, a nossa identidade cultural, social, pessoal... para poder acessar o outro, seja um outro cultural ou individual, então eu acho que pertencimento não existe aqui.

... o que você fala da negra que pinta o cabelo de loiro pode ser pensado de duas formas ou ela pode estar buscando uma aceitação social pela incorporação daquilo que a sociedade valoriza ou por outro lado ela pode estar decidindo conscientemente utilizar elementos de identificação de outros para compor uma identidade própria que ela reivindica como sua. No primeiro caso, para ser aceita e simpatizada, no segundo, ela bate de frente com o mundo a sua volta, NEGOCIA a sua identidade e escolhe as suas diferenças. O cabelo loiro é então uma diferença negociada com a sociedade para construir uma identidade própria, e tem valor na subjetividade dessa pessoa.

... então a leveza que você busca vai mesmo ser alcançada, mas através da "violência", que significa receber verdadeiramente integralmente o outro em você mesmo a ponto de poder haver uma identificação. Na verdade não é você que veste a máscara, você precisa tirar a SUA máscara. Precisa abandonar seus marcos de subjetividade e identidade. Pertencimento tem a ver com o que é ser estrangeiro - eu só sei que pertenço a algo surge e ameaça minhas certeza, certezas sobre mim mesma.

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Galera Simpatia é Pop - janeiro/2010


Foto: Leco de Souza

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Pensando o videodança - setembro de 2009

Simpatia Full Time está sendo realizado como pesquisa de linguagem de dança (Edital Fundo Municipal de Cultura / Curitiba – 2008/2009) e produção de espetáculo (Prêmio Funarte Klauss Vianna – 2008/2009), que também é pensado para expressar-se através de outras mídias. Cada desdobramento do conceito “Simpatia Full Time” intensifica questões especificas, exploradas com um olhar exclusivo, que possibilita enfatizar diferentes características, e torna cada uma dessas dobras parte essencial na materialização da idéia.

O videodança permite que as artistas vivenciem o padrão midiático (canais de expressão da cultura pop e de massa) e reconheceçam identidades prêt-à-porter; assim como questionem-se e transformem-se ao manipular sua própria imagem.

Parte das identidades relativas ao gênero – em especial, a(s) identidade(s) feminina(s) – são cada vez mais definidas a partir de identidades construídas e vendidas por um mercado multimidiático. Nosso objetivo é pesquisar e re-elaborar – a partir e através da criação de imagens – os caminhos pelos quais o gênero é constantemente fixado. Segundo a pesquisadora Judith Butler, o gênero é uma identidade constituída no tempo, instituído num espaço externo por meio de uma repetição estilizada de atos. O resultado desse processo é a criação de um efeito de substância que legitima a manutenção das estruturas vigentes de poder. Trabalharemos através da imagem, as identidades como o próprio efeito de substância do gênero, ironizando a pretensa originalidade de qualquer modelo.
















Ilustrações de José Aguiar.

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UM OUTRO OLHAR SOBRE A LOGO

Conversa entre Cândida e Patrícia - março 2010

Cândida: estou refletindo sobre o que você escreveu, na verdade não tinha pensado em nada disto que você colocou.... e estou tentando entender o quanto essas questões me afetam, ou não me afetam.

Patricia: sim, a questão é decidir por que querem a logo daquele jeito, mesmo que seja porque é bonita simplesmente...

Cândida: eu gosto por que tem corpo. A priori você olha e acha bem artificial, cores fortes e bem publicitárias. Gosto quando percebo que é um rosto, gera em mim uma sensação de vida, quando descubro corpo e vida na imagem que a principio era tão fake. Me ative a isso.

Patrícia: eu também gosto da coisa fake, remete a construção da imagem feminina. Acho que é por aí mesmo, essa coisa de foto publicitária, montada. E é verdade que o rosto a gente só percebe um pouco depois, e isso é interessante porque nos faz pensar na identidade da mulher, das mulheres, que se escondem por trás de tantas exigências mediáticas, sociais, culturais, afetivas... essa identidade não se percebe logo de cara (o jogo de palavras não foi proposital, mas cabe), é preciso explorar esse universo interior de cada mulher pra poder ir descobrindo a ou as identidades que cada um traz em si, que reivindica conscientemente ou que se esconde no inconsciente.

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Curitiba. fevereiro de 2010.

A técnica do querer ser – quesito toura

A adequação da simpatia constante em ambiente neoliberal deu nome ao Simpatia Full Time, projeto artístico que empresta figuras sociais construídas (ou em construção) e que assimilando-as as reconstróem em facetas subjetivas.

Dessa vez o Simpatia traz o espírito do rodeio para o ambiente da arte contemporânea: lembra que a mitologia aplicada existe, faz brincadeira de grupo, propõe um desafio ao interlocutor. Traz a citação do rodeio sem moralismo de classe ou pertencimento e dialoga entre o desejo e suas representações, em um espectro de conversas entre o querer e o querer. Rodopiar e cair querendo ser norte-sulamericano.

O « querer ser » está na vontade de liberdade, no artificial, nas dores consequentes e na vontade de se divertir como quase um manifesto. Uma paradoxal confusão entre um desejo de pureza, desconstrução da crença no corpo puro, desejo de legitimidade e até de fama. Um processual querer ser forte, bonita, inteligente, sensível, sexy e mulher
mascando, pastando, sorrindo, pensando*. São estes figurinos de nu que o Simpatia Full Time veste sendo a encarnação do boi. Como touras aprendizes que buscam respeito em um jogo sem acertos.

Sorrir e balançar a cabeça. Querer ser da dimensão do touro que, aqui, é mecânico. Uma competição assimilativa. Olhar e babar.
Te olhar e pastar. Sangrar no arame farpado chifrando algo ou alguém. A banha mecânica chacoalha em um exercício de domar-se. A fakebanha de velocidades e direções aleatórias. Tentar perceber o motor. Ficar em cima até onde dá. Montar de novo. Sorrir e ser boi.

Eu encaro demoradamente, me perdendo da noção da hora, fixando o olhar no horizonte, sem pressa e sem pressão, divagando bem devagarinho no limite da velocidade naquilo que parece ser o motor das pessoas.

Querer ser mecânica, para ser toura.

*em itálico trechos roubados e distorcidos da letra da música “Ser boi” de Maurício Pereira, meu amigo.

Sheila Ribeiro.




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