Galera Simpatia é Pop - janeiro/2010


Foto: Leco de Souza

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Pensando o videodança - setembro de 2009

Simpatia Full Time está sendo realizado como pesquisa de linguagem de dança (Edital Fundo Municipal de Cultura / Curitiba – 2008/2009) e produção de espetáculo (Prêmio Funarte Klauss Vianna – 2008/2009), que também é pensado para expressar-se através de outras mídias. Cada desdobramento do conceito “Simpatia Full Time” intensifica questões especificas, exploradas com um olhar exclusivo, que possibilita enfatizar diferentes características, e torna cada uma dessas dobras parte essencial na materialização da idéia.

O videodança permite que as artistas vivenciem o padrão midiático (canais de expressão da cultura pop e de massa) e reconheceçam identidades prêt-à-porter; assim como questionem-se e transformem-se ao manipular sua própria imagem.

Parte das identidades relativas ao gênero – em especial, a(s) identidade(s) feminina(s) – são cada vez mais definidas a partir de identidades construídas e vendidas por um mercado multimidiático. Nosso objetivo é pesquisar e re-elaborar – a partir e através da criação de imagens – os caminhos pelos quais o gênero é constantemente fixado. Segundo a pesquisadora Judith Butler, o gênero é uma identidade constituída no tempo, instituído num espaço externo por meio de uma repetição estilizada de atos. O resultado desse processo é a criação de um efeito de substância que legitima a manutenção das estruturas vigentes de poder. Trabalharemos através da imagem, as identidades como o próprio efeito de substância do gênero, ironizando a pretensa originalidade de qualquer modelo.
















Ilustrações de José Aguiar.

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UM OUTRO OLHAR SOBRE A LOGO

Conversa entre Cândida e Patrícia - março 2010

Cândida: estou refletindo sobre o que você escreveu, na verdade não tinha pensado em nada disto que você colocou.... e estou tentando entender o quanto essas questões me afetam, ou não me afetam.

Patricia: sim, a questão é decidir por que querem a logo daquele jeito, mesmo que seja porque é bonita simplesmente...

Cândida: eu gosto por que tem corpo. A priori você olha e acha bem artificial, cores fortes e bem publicitárias. Gosto quando percebo que é um rosto, gera em mim uma sensação de vida, quando descubro corpo e vida na imagem que a principio era tão fake. Me ative a isso.

Patrícia: eu também gosto da coisa fake, remete a construção da imagem feminina. Acho que é por aí mesmo, essa coisa de foto publicitária, montada. E é verdade que o rosto a gente só percebe um pouco depois, e isso é interessante porque nos faz pensar na identidade da mulher, das mulheres, que se escondem por trás de tantas exigências mediáticas, sociais, culturais, afetivas... essa identidade não se percebe logo de cara (o jogo de palavras não foi proposital, mas cabe), é preciso explorar esse universo interior de cada mulher pra poder ir descobrindo a ou as identidades que cada um traz em si, que reivindica conscientemente ou que se esconde no inconsciente.

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Curitiba. fevereiro de 2010.

A técnica do querer ser – quesito toura

A adequação da simpatia constante em ambiente neoliberal deu nome ao Simpatia Full Time, projeto artístico que empresta figuras sociais construídas (ou em construção) e que assimilando-as as reconstróem em facetas subjetivas.

Dessa vez o Simpatia traz o espírito do rodeio para o ambiente da arte contemporânea: lembra que a mitologia aplicada existe, faz brincadeira de grupo, propõe um desafio ao interlocutor. Traz a citação do rodeio sem moralismo de classe ou pertencimento e dialoga entre o desejo e suas representações, em um espectro de conversas entre o querer e o querer. Rodopiar e cair querendo ser norte-sulamericano.

O « querer ser » está na vontade de liberdade, no artificial, nas dores consequentes e na vontade de se divertir como quase um manifesto. Uma paradoxal confusão entre um desejo de pureza, desconstrução da crença no corpo puro, desejo de legitimidade e até de fama. Um processual querer ser forte, bonita, inteligente, sensível, sexy e mulher
mascando, pastando, sorrindo, pensando*. São estes figurinos de nu que o Simpatia Full Time veste sendo a encarnação do boi. Como touras aprendizes que buscam respeito em um jogo sem acertos.

Sorrir e balançar a cabeça. Querer ser da dimensão do touro que, aqui, é mecânico. Uma competição assimilativa. Olhar e babar.
Te olhar e pastar. Sangrar no arame farpado chifrando algo ou alguém. A banha mecânica chacoalha em um exercício de domar-se. A fakebanha de velocidades e direções aleatórias. Tentar perceber o motor. Ficar em cima até onde dá. Montar de novo. Sorrir e ser boi.

Eu encaro demoradamente, me perdendo da noção da hora, fixando o olhar no horizonte, sem pressa e sem pressão, divagando bem devagarinho no limite da velocidade naquilo que parece ser o motor das pessoas.

Querer ser mecânica, para ser toura.

*em itálico trechos roubados e distorcidos da letra da música “Ser boi” de Maurício Pereira, meu amigo.

Sheila Ribeiro.




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PRIMEIRO OLHAR SOBRE A LOGO




Oi, meninas!

Bem, sobre a logo (que também me agrada):


Primeiro vou falar, ou melhor, questionar desde a perspectiva de alguém que trabalha com comunicação e não só como antropóloga:

a. esta logo é para o projeto como um todo, ou para o evento, ou para o blog, ou para o quê? É preciso definir bem a quem se dirige com ela e o que ela quer dizer pra esse público. Pra vocês, a logo expressa o projeto? O tema da pesquisa? A crítica que vocês eventualmente podem estar fazendo ao modo como a mulher é representada nos meios de comunicação e/ou na sociedade? Essa logo expressa isso? O que ela expressa pra vocês?

b. As cores utilizadas. A boca pink remete, na minha opinião, a essa mulher princesa que é vendida pras mulheres (e pros homens) como imagem a ser incorporada como expressão da feminilidade. E vocês, o que pensam vocês dessa boca pink, a que idéias, conceitos, etc, ela remete vocês? O rosto negro, por outro lado, nao me fica claro o que se quer sugerir ou problematizar com ele. Por que o negro? Lembrem-se que as cores remetem a significados, evocam conceitos e imagens, os quais aliás são bem diferentes em cada cultura. Na sociedade brasileira de hoje, no âmbito das comunicações de massa, o que essas cores pretendem trazer à mente das pessoas, do/da brasileira/o médio/média? A que vocês acham que as pessoas, de maneira geral, associam essa boca pink e/ou esse rosto em negro? Tendo em vista essa questão, por que escolher o negro, por que escolher o rosa, o que vocês pretendem que seja "dito" ou sugerido ou insinuado ou criticado ao nível simbólico ao se fazer a escolha dessas cores para uma logo que vai estar associada ou ao projeto como um todo, ou ao evento, ou ao que quer que seja para o que ela foi concebida? É preciso realmente saber isso primeiro (pra que público e representado o quê precisamente) antes de poder responder essa segunda questão...


Beijos,
Patrícia.

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NOTAS SIMPATICAS

Paris, julho de 2009.

Antes de mais nada, parabenizo a equipe simpática pelo projeto, finalmente em realização após pelo menos dois anos de reflexões, das quais eu pude participar durante a elaboração da primeira versão em 2007. Dizem por aí que o tempo tem sua sabedoria; e, no caso deste projeto, isso se aplica perfeitamente, pois a maturação das idéias e propostas iniciais, assim como as diversas atividades que cada uma das performers desenvolveu no meio-tempo, foram muito importantes para que o projeto que hoje está em desenvolvimento pudesse tomar forma e corpo.

E corpo, aliás, é uma das palavras-chave, na minha opinião, da reflexão que a pesquisa do Simpatia Full Time incita. O que é o corpo, afinal? Nós todos temos e somos um corpo. Ter e ser são duas dimensões inalienáveis do corpo. No entanto, mesmo que isso seja relativamente fácil de reconhecer intelectualmente, nem sempre nos sentimos confortáveis com o corpo que temos e que é também o corpo que somos. Em outras culturas, essa divisão entre ter um corpo e ser um corpo não existe enquanto problema filosófico/existencial/cultural. É nas sociedades ocidentais que essa divisão se revela e coloca o ter e o ser como antagônicos, muitas vezes excludentes. Basta pensar nos pares de oposição entre mente e corpo, que está na base do pensamento racionalista, ou entre alma e corpo, que nos foi legado pelo cristianismo.


Sem querer me aprofundar no desenvolvimento teórico dessas questões, acho que pode ser interessante refletir um pouco sobre o corpo na contemporaneidade. O antropólogo francês David Le Breton, no livro Anthropologie du corps et modernité (Paris, PUF, 1999) tem algo a dizer sobre esse assunto:


“Nas sociedades tradicionais, o corpo não se distingue da pessoa. As matérias-primas que o compõem são as mesmas que dão consistência ao cosmos, à natureza [...] O corpo moderno é de outra ordem. Ele implica a separação do sujeito em relação aos outros (uma estrutura social de tipo individualista), ao cosmos (as matérias-primas que compõem o corpo não têm nenhuma correspondência fora dele), a ele mesmo (ter um corpo mais do que ser um corpo). O corpo ocidental é o lugar do corte, o domínio objetivo da soberania do ego. [...] Um novo imaginário do corpo se apresenta nos anos sessenta. O homem se descobre corpo e a novidade faz seu caminho, drenando discursos e práticas revestidos pela aura das mídias. O dualismo contemporâneo opõe o homem ao seu corpo. As aventuras modernas do homem e de seu duplo fazem do corpo uma espécie de alter ego, lugar privilegiado do bem-estar (a forma), da boa aparência, da paixão pelo esforço físico ou pelo risco. [...] Nas nossas sociedades ocidentais, o corpo é portanto o signo do indivíduo, o lugar da sua diferença, da sua distinção, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, ele é freqüentemente dissociado dele mesmo, em razão da herança dualista que ainda pesa sobre sua caracterização no Ocidente. Assim, fala-se, como um clichê, da ‘liberação do corpo’, formulação tipicamente dualista que esquece que a condição humana é corporal, que o homem é indistinguível do corpo que lhe confere espessura e a sensibilidade do seu ser ao mundo”.


Nas sociedades holistas, como a China e a Índia, por exemplo, o corpo é percebido como a própria essência do ser humano, é percebido como um sistema vivo e energético em permanente relação com o mundo. Já nas sociedades individualistas, o desenvolvimento da medicina através da dissecação anatômica e fisiológica de cadáveres está na base de um pensamento que opõe o corpo à mente, o corpo à pessoa, que transformou o corpo em coisa e, portanto, em propriedade do ser humano, não sua própria condição.


E é aqui que voltamos ao projeto Simpatia Full Time, que pretende pesquisar “as construções do feminino no imaginário midiático brasileiro”. Ainda não está claro para mim se o que vocês querem fazer é desconstruir, nos seus corpos pela agência do estético-artístico da dança, as representações do feminino veiculadas pelas mídias que vocês assimilaram ao longo de suas vidas; ou se querem, ao contrário, reconhecê-las, torná-las ainda mais visíveis por meio da dança, a fim de desnaturalizá-las, ou seja, a fim de colocar em evidência o caráter de construção dessas representações e, assim, poderem negociar com elas e consigo mesmas as imagens que desejam ou não associar às suas identidades individuais.


Mas não é preciso achar uma resposta a essa pergunta agora. Durmam com ela debaixo do travesseiro por alguns dias e depois me contem o que surgir dessas divagações.


Algumas outras questões para reflexão:


(Para todas) O que é o corpo? Ele é seu (ter) ou você é ele (ser)? Ou as duas coisas, ao mesmo tempo, agora? Ele é seu alter ego, seu outro eu, ou ele é a imagem do seu ser, da sua pessoa, do que você acredita ser?


(Candida) Do que você gosta no seu corpo e por quê? Do que você não gosta no seu corpo e por quê? Analise suas respostas, principalmente as razões que você se dá para gostar ou não do seu corpo. Essas explicações se alicerçam e se espelham em padrões estéticos estabelecidos pela sociedade ou derivam das suas sensações individuais/pessoais de prazer ou desprazer em relação ao seu corpo? Olhe para aquelas colagens que você fez de vários corpos nus, nos quais você trocou o rosto original pelo seu. O que você se sentiria bem ou se sentiria mal fazendo com cada um desses corpos? Por exemplo, você dançaria hip-hop se tivesse um corpo como o primeiro que aparece nas colagens? Você faria sexo se tivesse um corpo como o terceiro? Você se permitiria vestir quais roupas com cada um desses corpos? Quais roupas você jamais usaria com cada um desses corpos? Agora, olhe para o seu corpo: o que você não faria tendo o corpo que tem? E o que acha que poderia fazer com prazer, com o corpo que você tem? Agora, tente fazer com o seu corpo algo que você jamais se permitiu fazer por causa das suas restrições estéticas a ele. Se for possível, faça isso de olhos vendados, a fim de se concentrar nas sensações que tal ação proporciona ao seu corpo, não nas imagens que a sua mente faz do seu corpo.


(Giorgia) Penso na sua experiência de se vestir como uma Miss Mundo. Foi agradável ou constrangedor? Por quê? Essa sensação, seja ela prazerosa ou não, surgiu do seu conforto ou desconforto com seu corpo ou da aceitação ou não aceitação dos outros à imagem de um corpo como o seu apresentado dessa forma? Em outras palavras, o prazer ou desprazer é o resultado do olhar dos outros sobre você ou da sua própria percepção sensorial em relação ao seu corpo nessa situação específica? Só pra elucidar um pouco a pergunta: a modernidade é o reino do olhar, que tem uma enorme primazia sobre os demais sentidos. Somos completamente dependentes do olhar, do que vemos, não do que percebemos e sentimos de outras formas mais sutis como o toque, o paladar, a audição. O romance de Madame de Lafayette, A Princesa de Clèves, um clássico da literatura francesa do século XVII, mostra que, muito antes do advento da televisão e das novas tecnologias da imagem, a percepção do mundo, de si mesmo e dos outros já estava fortemente ancorada no olhar: ver e ser visto é o que dá, no romance, a dimensão das relações, o que se vê e o que se permite que seja visto é o que provoca ou destrói os afetos. Essa predominância do olhar contribui enormemente para a dissociação entre mente e corpo, como se fossem instâncias distintas do ser no mundo. Aliás, quando falamos de “representações” do feminino, estamos falando justamente daquilo que é apresentado em forma de imagens sobre o feminino. A imagem é, portanto, aquilo que mais se interpõe entre meu corpo e eu mesma: eu vejo em mim, na materialidade da carne, um corpo que não é o corpo que eu vejo na minha mente como sendo o meu, aquele que eu gostaria de ter. Então, ser feminina, por exemplo, não é algo que eu percebo em mim a partir de mim mesma, do meu próprio corpo de mulher. Ser feminina, no reino do olhar e das imagens, é ter o corpo (os gestos, o andar, as maneiras, a voz, as formas) que os outros consideram feminino em termos de forma, forma esta que se mantém constante, imutável como uma escultura. E pra você, seu corpo é feminino (ou não) porque você o sente assim ou porque o mundo o rotulou assim? Vestir-se de Miss Mundo lhe proporcionou a sensação de ser feminina ou a colocou em desacordo/conflito com as imagens sociais do feminino? As suas imagens do que é ser feminina coincidem com as imagens do feminino que a sociedade idealiza?


(Sté/Giorgia) O corpo racional, ou seja, o corpo da modernidade (e da cultura burguesa por excelência), é aquele liso (sem arestas, sem excessos), moral (moldado/julgado a partir de valores estéticos como “bonito” ou “feio”, “magro” ou “gordo”, “novo” ou “velho”), sem transformações, imutável (permanente como uma escultura, não sujeito ao tempo, nem às relações com o mundo). O corpo grotesco, que a cultura ocidental opõe a corpo racional, é assim chamado porque ele é mutável, ele excede, ele se relaciona sensorialmente com o mundo, ele se transforma ao longo do tempo e se transforma no movimento da vida. O corpo racional é descontínuo ao mundo, enquanto o corpo grotesco é sempre contínuo a ele. Assim, o corpo grotesco – o gordo, o grávido – ele ameaça a moralidade de um corpo que, no indivíduo, é a trincheira entre a sua individualidade e o comunitário, o coletivo, o mundo. O corpo grotesco é muito mais presente – e com muito menos reprovação – nas sociedades em que não há separação entre o corpo e o cosmos, em que o corpo da pessoa se relaciona com o “corpo” da comunidade, em que o ego não é exaltado no corpo. É compreensível, portanto, o desconforto da Giorgia em seu maiô de Miss Mundo, concebido para o corpo racional da modernidade, ou o desconforto da Sté com seu corpo transformado pela gravidez.



O feminino, nesse caso em particular, cede lugar a outra imagem: a da mãe, da mãe santificada pelo cristianismo. Assim, o ventre inchado da mulher grávida é signo de suspensão da sensualidade feminina na nossa sociedade associada ao esbelto, às formas “morais” da magreza, da lisura, do controle do animal pelo estético. A santificação da imagem da mãe é, paradoxalmente (mas também sugestivamente), diretamente proporcional à inevitabilidade da experimentação do animal em nós, do biológico que toma as rédeas do corpo: a concepção, a gestação, a deformação, as transformações físicas aceleradas no corpo da mulher que gesta, as manifestações incontroláveis das necessidades próprias ao corpo grávido, a violenta animalidade do parto. Dentro da lógica da santificação, espera-se que a mulher “naturalmente” ceda lugar à mãe, esse ser assexuado que abriga outro ser. Surge a idéia da maternidade como conhecimento inato. Nada mais falso na modernidade, em que o corpo como limite da individualidade entra em choque com a invasão interna de um outro ser que usurpa essa individualidade à pessoa cujo corpo é abrigo desse outro. Assim, Sté, eu te pergunto: em que medida a gravidez ameaça a imagem do feminino que você tem em relação a você mesma? E sugiro: que tal se permitir explorar sua feminilidade, sua sensualidade, sua sedução a partir desse corpo novo, com esse corpo novo, ainda que (e, sobretudo, porque) transitório? Eu acho que você tem uma oportunidade única de poder experimentar o que é ter um corpo que até agora não se parecia nada com o seu, um corpo cujas formas são diferentes daquele teu corpo de antes e que, após os nove meses de gravidez, provavelmente voltarão a ser aquelas de antes. Como você pode trabalhar esse corpo em transformação na dança? Como você pode fazer experimentações de movimentos com esse novo eixo de equilíbrio, com esse novo peso, com essa nova consciência do seu corpo como matéria viva em transformação?


Bem, eu não sei exatamente se é esse tipo de contribuição que vocês esperam de mim, mas por enquanto, vamos indo por aí. Tenho muitas coisas pra dizer pra vocês a partir do que li e vi no blog, mas como não posso comentar tudo de uma só vez, vou fazer isso por partes, à medida que reflito e organizo um pouco o pensamento. Estou mandando esse texto pra vocês ao invés de publicá-lo diretamente no blog, simplesmente porque acho que seria bom vocês saberem do que se trata antes. Se quiserem, podem colocá-lo no blog depois de lerem.


Beijos,


Patrícia.

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Patricia Smaniotto colabora com o Simpatia Full Time praticamente desde sua concepção. É antropóloga, jornalista, atriz, escritora e tradutora. Nascida em 1964, é bacharel e licenciada em Ciências Sociais e mestre em Antropologia pela UFPR, com dissertação sobre imagem e representação no cinema brasileiro. Também graduou-se em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (SP) e profissionalizou-se como atriz após concluir quatro anos de estudos no Curso Permanente de Teatro (CPT) do Teatro Guaíra (1984-1987). Estudou ainda Cinema e Vídeo na ECA/USP e Artes Cênicas na PUC-PR. Sua formação paralela abrange as áreas de performance, dança, canto e técnica vocal, tradução, literatura, cinema, fotografia, artes visuais e música, tendo participado de cursos e oficinas com Renato Cohen (performance), Cristiane Bouger (vídeo performance), Lala Deheinzelin (coreografia), Ana Kfouri (balé clássico), Eva Schul (dança moderna), Alexandre Simens (dança contemporânea), Hélder Parente (dança antiga), Tony Abbott e Pamela Duncan (expressão corporal), Eudósia Acuña, Wolf Schaia, Leonilda Chessa e Mara Campos (técnica vocal e canto), Ivone Hoffmann, Maria Alves e Reynaldo Puebla (interpretação), Carlos Reichenbach (direção de atores em cinema e vídeo), Júlio Calasso Junior, Guilherme de Almeida Prado, Carlos Reichenbach, Andrea Tonacci, André Luiz de Oliveira e Inácio Araújo (produção e direção de cinema), Flávio Ferreira (fotografia para cinema), Mauro Alice (montagem), Joel Yamaji (linguagem cinematográfica), Ismail Xavier e Silvia Oroz (história e teorias do cinema), Kim-Ir-Sem (antropologia visual), Marcelo Masagão (videozapping), Ana Galmarino e Gilberto Grossi (fotodança), Rubens Fernandes Jr. (história da fotografia), Vera Ling e Sylvio Rocha (fotografia), Caio Fernando Abreu (criação literária), José Spaniol e Herman Tacasey (artes plásticas).

Como atriz, atuou em 15 espetáculos teatrais (entre os quais as peças Rei Lear, A Falecida, O Homem do Princípio ao Fim e Megaespetáculo: A Revolução Francesa, dirigida por José Roberto Aguillar) e três filmes de curta-metragem, além de ter participado do coro da ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi, em montagem realizada pelo Teatro Guaíra. Em 2005 foi assistente de direção na leitura dramática da peça Hitchcock Blonde, texto do dramaturgo inglês Terry Johnson, com direção de Paulo Biscaia (Novas Leituras – 1º. Ciclo de Dramaturgia, Teatro Guaíra/SEEC-PR). Em 2005 e 2006, atuou como atriz em Vénus Lacérée e Van Gogh par Artaud (performance/instalação), montagens em francês dirigidas por Melissa Reinehr e baseadas em textos de Antonin Artaud. Na área de cinema, foi sócia da Cooperativa de Vídeo, onde atuou como produtora e roteirista, e assistente de produção, montagem/edição e continuidade em produções de curta-metragem em Curitiba, São Paulo e Brasília e em produtoras de vídeo do Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo, entre as quais Vídeo Noir, TV1 e TVT.

Iniciou a carreira de jornalista em 1989, atuando como repórter, redatora, editora e assessora de imprensa para diversos veículos e empresas em São Paulo e Curitiba. Em 2001, trabalhou para a assessoria de imprensa do 5º. Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba e produziu matérias para o site do projeto Terra Vermelha, primeiro filme-laboratório do Brasil. Em 2002, foi curadora da Mostra Latina e coordenadora do tráfego de filmes do 6º. Festival de Cinema, Vídeo e Dcine de Curitiba, além de ter atuado na assessoria de imprensa do evento. No mesmo ano, iniciou a prestação de serviços de assessoria de imprensa na área artística e cultural e, em 2003, tornou-se correspondente em Curitiba da Revista Cartaz de Arte & Cultura, publicação catarinense com distribuição nacional. Em 2005 foi contratada pelo Núcleo de Mídia e Educação da ONG Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da Infância e da Adolescência, onde atuou como jornalista e pesquisadora do projeto Navegando nos Direitos, iniciativa de educomunicação patrocinada pela Petrobrás com objetivo de combater a exploração sexual comercial infanto-juvenil em Paranaguá (PR). Desse projeto resultou o livro Travessia da Neblina – A experiência do projeto Navegando nos Direitos no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes em Paranaguá, para o qual realizou pesquisas durante oito meses e do qual é co-redatora.


Na área de antropologia, foi palestrante no seminário Identidades Culturais no Mundo Pós-Colonial: Um Olhar através do Cinema (Cinemateca de Curitiba e Departamentos de Ciências Sociais, Antropologia e Letras Estrangeiras Modernas da UFPR, 2002). Em 2003 tornou-se colaboradora do Núcleo de Estudos de Gênero da UFPR, para o qual realizou a tradução e revisão técnica e teórica de capítulo do livro Alice Doesn’t: Feminism, semiothics, cinema, de Teresa di Lauretis, publicada no Caderno de Pesquisa e Debate do NEG (número 2, pp. 1-79, dez. 2003). No ano seguinte, tornou-se pesquisadora colaboradora do Núcleo de Arte, Ritual e Performance do Departamento de Antropologia da UFPR, no qual dedica-se ao estudo e pesquisa dos seguintes temas e campos: cultura (multiculturalismo, saberes nômades, fronteiras culturais) comunicação (cibercultura, ciberespaço, novas mídias), fotografia e artes visuais, artes cênicas (teatro da crueldade/teatro alquímico, teatro antropológico, performance art, video-performance, drama social, ritual), imaginário, cinema (antropologias do cinema, da imagem e visual), semiótica, linguagem, tradução intersemiótica, literatura (literaturas de resistência, literatura de viagem), estudos culturais e de gênero, teorias e identidades pós-coloniais, nação e diáspora, transnacionalismo, teorias pós-modernas e teorias antropológicas (antropologias interpretativa, simbólica e da experiência).


Em 2003 foi responsável pela redação, edição e preparação de originais dos livros Fandango de Mutirão, coletânea coordenada pela atriz e pesquisadora de cultura popular Lu Britto, e Ser Integral – Uma experiência na Pedagogia Freinet, obra didática editada pelo Colégio Integral, instituição particular de ensino de Curitiba. No mesmo ano, teve crônica selecionada entre as 50 melhores do I Prêmio Biblioteca Mário de Andrade, a qual foi publicada no livro Crônicas: São Paulo 450 Anos, lançado em abril de 2004 na Bienal do Livro de São Paulo. Desde 2005, freqüenta disciplinas da área de Tradução no curso de Letras da UFPR com objetivo de realizar pesquisas em dramaturgia e tradução intersemiótica. É também idealizadora e articulista dos blogs Caleidoscópio (comunicação, cultura e sociedade), Os Girassóis de Van Gogh (artes, literatura, tradução e antropologia) e Vênus em Gêmeos (astrologia, mitologia e sistemas de representação simbólica); colaboradora dos sites Overmundo e Mobilizadores COEP; e produtora cultural associada a Lume Empreendimentos Culturais, que tem hoje em fase de captação de recursos os projetos “La Fête de la Samba dans les Ports de L’Afrique Occidentale”, “Portinari para Todos”, “Imagens de Mulheres – Filhas e Mães”, “Oráculo Andaluz” e duas traduções de obras estrangeiras de não-ficção.

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interferência de orelhão - stéphany mattanó



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