Diário de Imerção I com Sheila Ribeiro- ESTRATÉGIAS DE SEDUÇÃO PERSONALIZADAS

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contém, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full-time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.

(fase 1)

Exercícios realizados a partir da proposta da Sheila de cada uma elaborar uma estratégia de sedução para as demais. Ao nosso critério, poderiam ser utilizados objetos de conquista ou não. Embora soubéssemos que a ação estava para acontecer há uns dois dias (e inclusive que poderiam que incluir fora de ações de improvisação – um trauma como atriz – e por fim acabar me confortando em fazê-las), ganhamos mais uma horinha para prepará-las. As minhas, por exemplo, que já estavam boladas, acabaram por se transformar. Começamos pelas ações para mim:
De Cândida para Dayana
– Cândida me entregou algumas cartinhas com instruções, que eu (segundo o primeiro envelope), deveria abrir uma por vez. Tratei de executar as ações que ela sugeriu ao pé da letra (vide imagem). As meninas pegaram outro táxi para acompanhar a ação. - me dirigi à tenda árabe. - comprei um doce árabe. - voltei para o teatro. Cheguei com um minuto de atraso. Nenhuma das meninas estava lá (o que me gerou uma certa frustração no sentido de que eu não tinha ninguém para partilhar aquele momento). Abandonei a carta e o doce e fui checar meus e-mails. As meninas chegaram uns 10 minutos depois. De Sheila para Dayana – Me mostrou um vídeo no you toube. [pegar o link] De Stéphany para Dayana – Se despiu, pegou uma cadeira, um violão e cantou. De Giorgia para Dayana - Giorgia trouxe um punhado de soldadinhos coloridos de plástico (à lá forte apache) e pequenas bonequinhas nuas (aquelas de mais ou menos uma polegada). E chamou todas para a brincadeira. Fomos organizando e reorganizando os seres no chão. Os reorganizávamos o tempo todo em função da organização das demais. Sté construiu um “palco” de tributo ao Maicon e o negócio virou um espetáculo que contou, inclusive, com efeitos especiais na platéia. Fiz algumas imagens.




Ações para Giorgia:
De Dayana para Giorgia: Levei um Nutella falsificado e a máquina fotográfica do Leco. Entreguei os dois à Giorgia. Fotografamos, nos fotografamos e nos lambuzamos.



De Cândida para Giorgia: Cândida fez linhas com uma fita crepe no chão, como uma espécie de quadra, um retângulo dividido ao meio. Colocou Gi em uma metade, tirou a roupa (ficou apenas de calcinha) e se posicionou na outra metade de frente para a Gi. Começou a, lentamente, prender seus cabelos com inúmeros grampinhos. Depois começou a fazer movimentos sutis com a boca.
De Stéphany para Giorgia: aproveitando o espaço que Cândida tinha delimitado para Giorgia, Sté se despiu, pegou o violão, sentou na frente da Gi (no lugar onde Cândida estava anteriormente) e mandou ver mais uma música.


(Fase dois – no hotel)

De Sheila para Giorgia:
Sheila se despiu (mas ficou com um sapato), pegou uma gilete e nos convidou para ir ao banheiro. Colocou Gi na função de ascender e apagar as luzes, tendo como referência aquelas luzes de festa (estroboscópicas?). Ligou o chuveiro, ficou com metade do corpo na água e metade fora e começou a passar levemente a gilete sobre seus pelos pubianos.

Ações para a Sté agora.
De Giorgia para Stéphany:
Gi entregou a Sté uma tatuagem de vermes (aquelas que colocamos com água), um óculos de plástico amarelo e uma dentadura de vampiro e disse e propôs que elas fizessem um ensaio fotográfico em homenagem ao Michael. Sté se despiu, colocou a tatuagem no peito, colocou os dentes, o óculos e escreveu “you are not alone” na barriga. Cândida ajudou Sté a se arrumar. Giorgia pegou a máquina do Leco e Sté pousou para ela.


De Cândida para Stéphany: Cândida colocou uma música para Stéphany ouvir no i-pod. Sté caiu no choro.... [ver música com a Cândida]
De Dayana para Stéphany:
Peguei um álbum de fotografias minhas de infância, uma música do Jordy (Alison), coloquei para Sté ouvir no computador (com um fone, partilhada comigo) enquanto folheávamos o álbum e comíamos paçoca. As meninas se aproximaram para ver o álbum e comeram paçoca tbm.
De Sheila para Stéphany:
Sheila pegou uma cena de um filme (acho que espanhol) água com açúcar, super melodramática, amor-romântico total. Vestida de maiô, meia listrada colorida e bota, com o computador na mão, perguntou se a Sté queria ser o homem ou a mulher. Sté escolheu o homem. Ambas saíram andando pela sala performatizando/dublando a cena do filme.

Ações para Sheila.
De Stéphany para Sheila
: Stéphany pegou o violão, tirou a roupa, sentou na frente da Sheila e mandou ver outra música.
De Cândida para a Sheila
: Cândida vestiu o maiô de miss da Gi (Sheila ainda estava de maiô), abriu o terceiro envelope (que tinha a carta que escrevi durante a ação dela para mim), leu a carta, entregou o doce que comprei para a Sheila e a abraçou.
De Dayana para a Sheila:
vesti um vestido meu com referências orientais. Fui até Sheila e entreguei à ela um livro com o título arte erótica. Virei de costas e pedi que ela abrisse meu vestido. Tirei o vestido e fiz uma aça ode abrir e fechar o sutiã sem usar as mãos. Coloquei novamente o vestido, pedi que Sheila o fechasse e tomei novamente o livro.
De Giorgia para Sheila: Giorgia fez oito envelopes divididos em duas “categorias”. Pediu que escolhêssemos um de cada. Um continha imagens ou fragmentos destas e o outro adjetivos. No chão haviam 4 cartazes escritos “escritório”, “rua”, “´´praia” e o quarto não lembro o que era. Giorgia pediu que nos posicionássemos sobre um dos cartazes, que abríssemos os envelopes e fizéssemos ações envolvendo a palavra, a imagem e o contexto sobre o qual estávamos.

Ações para Cândida.

De Sheila para Cândida:
Sheila pegou uma coleirinha de cachorro rosa que comprou e a colocou como uma coroa na cabeça de Cândida. Na frente dela abriu uma sombrinha cor de rosa e deitou atrás da mesma. Então pediu que Cândida “dirigisse seus movimentos”. Sheila se movimentava segundo cada “ordem” dada, mas sempre escapando das interpretações óbvias das mesmas, o que levava Cândida a repetir as palavras de ordem ou a transformá-las.
De Giorgia para Cândida: Giorgia pegou um kit manicure, que incluía revistas, e se propôs a pintar as unhas do pé da Cândida. Cândida escolheu o esmalte azul e rolou entre todas um bate-papo informal à lá salão de beleza.


De Dayana para Cândida: Fui até Cândida, espalhei a seu alcance uma série de objetos como um vibrador, esmaltes, maquiagem e uma tesoura. Me afastei e voltei caminhando em sua direção tirando cada uma das peças de roupa que vestia. Já nua, parei na sua frente, próxima aos objetos e disse que estava pronta, que ela já podia começar. Cândida optou por me deixar na frente de uma parede branca e pedir para Stéphany me fotografar.
De Stéphany para Cândida: Sté pegou o pandeiro que, se não me engano, Cândida trouxe de casa. Se despiu, cantou e dançou tocando pandeiro.

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Diário Imersão I com Sheila Ribeiro - INVISÍVEIS e SEM MICHAEL

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contem, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full-time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.



Nos encontramos no hotel onde Sheila está hospedada. Subimos ao quarto dela e demos uma conversada antes de agirmos. Sheila disse que pensou em três “atividades” possíveis: (a) um exercício de sedução, onde cada uma elaboraria uma estratégia para seduzir as demais; (b) uma visita à mesquita local; (c) não me lembro o que era..

Após decidirmos que hoje iríamos à mesquita, Sheila comentou que acordou de madrugada com a seguinte frase em mente: “Tem alguma coisa disfarçada de respeito no SFT.” Com essa afirmação martelando na cabeça (ao menos na minha), começamos a nos arrumar para visitar a mesquita. Cândida trouxe alguns lenços que “vestimos” ainda no hotel. Demos uma pequena pesquisada na internet sobre diferentes formas de usar o lenço, diferentes estilos. Algumas de nós acharam que íamos ficar com a cara dos nossos antepassados “batateiros”, mas a verdade é que no fim das contas ficamos – modéstia parte - lindas. Partimos para a mesquita com a seguinte regra: a Sheila fala.

Chegamos lá e a mesquita estava fechada, mas tinha um rapaz apertando a campainha do templo. Como sabe um pouco de árabe Sheila o cumprimentou com um “salamaleico” (ou algo do gênero). Conversaram um pouco sobre a comunidade árabe local formada mais por sunitas (é assim que se escreve?) que por xiitas, mas que a mesquita estava sob os cuidados dos xiitas que, embora em menor quantidade são, segundo o rapaz, mais organizados. Pelo que eu entendi o moço é um brasileiro que estuda e optou por “seguir o Islã”. Também entendi que os xiitas são “mais abertos” à receber e aceitar o casamento entre muçulmanos e não-muçulmanos, mas que o casamento entre xiitas e sunitas talvez é algo ainda maias delicado por que daí os filhos não sabem se são xias ou sunos. Parece que há interesses políticos centrais em tal questão...

Conversas vão e conversas vêm, o rapaz disse que se o portão estivesse aberto poderíamos entrar para tirar fotos do lado de fora da mesquita e também conhecer o jardim. Sheila se divertiu com a arquitetura e decoração “abrasileirada” do jardim do templo. Quando estávamos indo embora, apareceu o responsável pelo lugar acompanhado de mais um rapaz e, então, pudemos entrar para conhecer a mesquita por dentro. Mas não sem respondermos perguntas como: Vocês vieram para rezar? Vcs são de que cidade? Vcs são muçulmanas? São brasileiras? Tem antepassados muçulmanos? Pudemos caminhar livremente pela mesquita (nossa ocupação não ficou restrita ao espaço feminino). Lá dentro Sheila continuou conversando com o responsável pelo espaço, falaram de estudos, de viagens, das línguas que dominam e de um tapete do Piu-Piu que Sheila viu em uma mesquita do Resbola. A partir disso Sheila nos explicou que os muçulmanos são iconoclastas, não cultuam imagens e que, em última instância, o fato do tapete ser do Piu-Piu não tinha importância alguma para os freqüentadores da mesquita, como se aquela imagem não estivesse ali e não significasse nada, que, em última instância, ela sequer era vista.

Depois que saímos do templo alguém sugeriu que fôssemos à Rua XV para apresentá-la à Sheila. Achei perfeito, uma conspiração dos astros ao meu favor: desde que vestimos os lenços pensei e sugeri que seria interessante utilizar tal acessório em espaços que freqüentávamos cotidianamente. Ninguém me deu muita atenção, mas acabamos fazendo o que sugeri com o tal passeio pela Rua XV. E a experiência se tornou ainda mais interessante. Sheila acabou tirando o lenço, mas as demais não (me incluindo). Não ficamos nada discretas, mas mesmo assim algumas pessoas conhecidas passaram por nós e além de não nos reconhecer (apesar de conhecer todas e saber que trabalhamos juntas) uma delas sequer retribuiu o cumprimento de uma de nós. E a pessoa em questão foi, inclusive, convidada para ser uma das interlocutoras da mostra do processo SFT-pesquisa. E quando Cândida comentou com ela o ocorrido, ela mesmo ficou pasma e ainda afirmou que lembra exatamente da situação e de nos ter visto sem nos reconhecer. Isso sem contar as pessoas que passavam por nós e faziam comentários como “viva o Islã”, “morte à [não sei o que]” ou “Alibabá”.

Eita ação interessante! Além de experimentarmos uma outra construção/apresentação do corpo (porque o lenço te coloca de fato em um outro posicionamento na relação corpo/mundo uma vez que serve como um “filtro/linha/divisa” entre estes. Talvez com ele não se seja “mais uma pessoa no mundo” mas “uma pessoa no mundo”. Ao mesmo tempo, ao cobrir a sua imagem exterior – pele e cabelos – parece que a roupa muçulmana te coloca no mundo valorizando algo que está além a superfície visível do seu corpo...), aprendemos uma forma de ser um outro no mesmo lugar que ocupamos, de nos tornar invisíveis para uns e visíveis para outros.

fase 2)
Optamos por continuar nosso trabalho jantando. Mal chegamos ao restaurante, abrimos o computador e lemos a manchete: “Michael Jackson is dead”. Não deu outra: ficamos grande parte da noite falando the king of pop music: sua presença em nossa adolescência, sua imortalidade, sua figura icônica, as “noções ocidentais” de raça e gênero com as quais “brincou”, sua importância ética e estética para o mundo atual, a violência do processo de construção e destruição das estrelas estadunidenses, o fato de que nunca mais haverá uma figura como ele (quem, no atual contexto virtual, venderá tantos discos e CDs como ele?). MJ foi e é um monstro.
Mesmo com a notícia bombástica acima e as inúmeras reflexões que derivaram dela, discutimos algumas questão simpáticas importantes. Sheila voltou a falar “de alguma coisa disfarçada de respeito no SFT”. Perguntei o que era e ela respondeu que eu deveria pensar e encontrar tal resposta. Eu disse que até achava que tinha uma noção do que era, mas que não conseguia lidar com o negócio... “Desloca ao invés de buscar a resposta”...
Logo após a bola da vez foi o tal do bizarro mencionado outras vezes no diário. Sheila apontou o bizarro como uma espécie de recurso estético dentro do Simpatia e colocou que ele pode ser uma escolha, mas que ele não pode ser confundido com o mostro. O bizarro é algo que “pertence ao nosso mundo”. Está ligado à indústria cultural, é endogâmico ao nosso mundo. Já o monstro é uma figura mítica que circula por diferentes “mundos”. Ele é “uma manifestação do sagrado e do incontrolável”; é humano, sobre-humano e animal; é algo mágico e onírico; material e imaterial; vivo e morto. É um ser capaz de unir o que está separado.
Outro conceito que usamos que Sheila problematizou é o de territórrio. A palavra se refere comumente ao espaço físico, com fronteiras demarcadas, com limites definidos. Está relacionado ao espaço material, geográfico. Espaços estes que são “vencidos” por espaços virtuais, a exemplo da utilização do como o twitter como um recurso de protesto no oriente médio. Disse que contemporaneamente muitos autores preferem falar de “local” ao invés de “território.


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Diários Imersão I com Sheila Ribeiro - A STÉPHANY ESTÁ GRÁVIDA

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contem, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full-time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.


Hoje as coisas se desenrolaram de outra forma. Tínhamos programado nos encontrar pela manhã para fazer yoga, mas Sheila não foi pq estava com inúmeras questões simpáticas na cabeça e a Gi não foi não lembro bem o pq. Apareceram Cândida e Sté (um pouco atrasada). Como eu tinha alguns diários para atualizar, optei por uma demandada estratégica básica. Nos encontramos duas e pouco da tarde no teatro Odelair Rodriguez. Estavam lá todas menos Sté, que me ligou um pouco antes do povo chegar dizendo que estava stressada, cansada que queria ir, mas não estava bem. Passei o recado para as demais meninas. Giorgia sugeriu que buscássemos a Sté e eu concordei. Sheila incentivou a iniciativa e Cândida endossou a decisão coletiva. No caminho as meninas foram tentando entender a escolha da Sté de ir para o trabalho e o fato dela ter ligado para mim e não para elas. Chegamos, sentamos e conversamos. Depois de uns 40 minutos de conversas quentes e intensas voltamos para o teatro. Fomos todas, inclusive a Sheila, para uma padoca e levantamos algumas questões que penso serem centrais:
- Todas explanaram algo sobre sua expectativa (ou ausência da mesma) na presença da Sheila nesta semana, bem como o lugar assumido e “dado” a ela dentro do projeto. Coletivamente, a grande questão é que, de alguma forma, as meninas desejavam sua presença por ela ser uma referência dentro da dança e esta presença e as trocas decorrentes dela, seja através de conversas, ações estéticas ou refeições era, em última instância, o esperado. Particularmente penso que a presença da Sheila foi e é importante no sentido de impulsionar ações até então idealizadas e viabilizar uma exteriorização das referências construídas até então pelo “projeto-pesquisa” (http://simpatiafulltime-pesquisadelinguagem.blogspot.com) através de ações. Para a Cândida a presença da Sheila foi fundamental no sentido de mostrar a ela que o processo criativo não precisa ser sofrido.
- Até então de certa forma não assumimos nas ações e no próprio processo do SFT a gravidez da Sté: uma questão para lá de feminina. O corpo, a temporalidade, as percepções e as questões da Sté estão diferenciados e suas peculiaridades precisam ser assumidas.
-“É preciso traduzir energias em processo. O bloqueio dessas energias pode ser traumático”. “É importante usar tudo isto como material artístico”.

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Diários Imersão 1 com Sheila Ribeiro - PÉ DE MARACUJÁ E FEIAxBONITA

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contem, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full-time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.

MOMENTO A

Pretexto do dia: música do maracujá que a Cândida fez quando criança e que “volta sempre”. Música que desperta uma simpatia que a interessa. É o tipo de música que gruda. A idéia é fazer da música um hit de sucesso.

Cândida começa improvisando com a música.

Cândida: sapato de salto um pouco grande demais, roupa justa, parece um collant de jazz....

A música:
“Menininha não faz isso daí (bis)
Eu sou feia, eu sou burra, eu sou um pé de maracujá”

Busca pelo sapato da ponte com cadeira.
Poses tipo “modelo gatinha” para fotos.

[pensei na possibilidade de transformações efetivas dentro da casa, como aquelas dietas de sopa durante 7 dias que dizem que fazem perder de quatro à sete quilos]

“Não faça isso...” Cândida cantado junto poses pop/sexy.

“Não faça não disfarça
Eu sou feia eu sou gorda, não confunda cu com bunda.”

Sheila pede para Gi usar o mesmo estímulo musical

Giorgia amarra os pés.
Sheila sugere que se inverta o sentido da música:

“Meninha faz isso daí, eu não sou feia, eu não sou burra...”

“Menina só dança comportada, não rosna, não grita.”

(Sheila) - O mudar é também fazer o inverso, o espírito inverso, sair do estado da dor para ir para o estado do conforto, pq tenho a impressão que vcs trabalham muito com a dor...
[bingo! ostra feliz não faz pérola...]

Cã de volta no improviso: “Vc pode fazer o que quiser.,.. eu sou linda, absoluta, eu sou Stefhany no meu cross fox..."
[a sensação é que mesmo o prazer vem de algo desconfortável...]
Desfile
[a mesma música não se transformou? Porque entrou a música do outro?]

(Sheila): Agora os talvez: talvez se possa fazer, talvez eu faça, talvez eu seja um pé de maracujá....

O talvez levou, a princípio, à ações mais sutis.

Entra Gi. Fica de baixo da cadeira dizendo que “se ela fizer o que quer vai se arrepender...”

Cândida volta: corpo nu no escuro... Monta poses.

Jogo com a luz....

(Sheila) – Pede para retomar sempre a música como um modo de não fugir do assunto.

(Sheila) - Continua a mesma coisa com muita frescura....


(Sheila):Tudo isso que estou fazendo é mais pretexto para trazer mais questões e conversar sobre o fazer.
Explorar música através da música mesmo. O trabalho de vcs tem uma coisa da dor. Isso eu questiono. O problema pra mim é que as vezes é uma maneira de esconder. Não chega a ser um problema, mas uma coisa a se pensar.
Quando eu trazia uma maneira que vcs não conseguiam trabalhar apareciam ruídos, tinha um poço entre a direção e a maneira de fazer. Para mim a música era ligada a dor e a inversão era ligada à soberania. Me mostra uma relação super perversa com a música.
No talvez: quando se coloca ele a gente corta imediatamente o estar e o ser... Essa questão do poder é muito estranha dentro de vcs, vcs colocam muito o ser e o estar... Eu particularmente não gosto de obra de arte moralista... me interessa coisas da ordem do ser humano. Não me interessa opiniões pessoais, me interessa uma conexão estética que vai para além do terreno. O talvez não deixou entrar na soberania ou na dor.
(Gi): O talvez é muito a Cândida... Talvez os outros tbm sejam, mas isso tbm é.
(Sheila): Em termos de estado performático muda muita coisa. Eu vi que tinha alguma coisa empacada, um tipo de psicologismo no método de vcs. Então eu não propus nem ambigüidade e nem incoerência. Quando era a dor tinha duas vozes. Quando eu propus um superlativo vcs não conseguiram, deu regressão. Tem um tipo de psicologismo que eu questiono.... Eu não sei se ele é uma porta de entrada ou um artifício para esconder. ... É um desafio importante para o artista entrar no poder que tem. Quando formos propor mais coisas, eu acho que vcs poderiam ser mais elásticas para se permitir surpresas de si mesmas. [Minha opinião sobre isso é que já foi uma porta de entrada em que as meninas se esconderam atrás]. Repetição e ação ligado ao bizarro em algum nível. Se vc se coloca no papel do bizarro dialeticamente tem uma humanidade.
(Gi) - A gente já discutiu isso. A Cã falou que no vídeo do touro o interesse era trabalhar o bizarro do corpo dela. Eu acho que isso é reforçar o normal, o padrão, e eu acho que podíamos trabalhar o grotesco desconstruindo o corpo e o ambiente. A Sté disse que se interessava tbm pelo “corpo puro”. Nós queríamos trabalhar com roupas tbm e a Sté queria um corpo pelo corpo.
(Sheila) - A idéia não é pesquisa. Acho que vale à pena entrar na idéia senão ela não vira pesquisa.
(Gi) – Eu tenho dificuldade de me colocar feia em cena. Eu sempre tento pensar em uma outra beleza.
(Sheila) - Pensei na questão do mostro. O monstro é uma questão mitológica importante. Ele é uma criatura fantástica, ele tem características humanas ou não, ele perpassa o social, mas ele não é o mal e a feiúra. O monstro é a possibilidade mítica.
(Cã) - Na primeira reunião resolvemos ficar o tempo todo sorrindo, com o tempo nossos sorrisos se transformavam.
Sheila: Não sei se isto é simpático.

MOMENTO B

Hipótese anterior: relação dialógica de partir do poder.

dor X soberania... psicologismo que corta a ação.

(Sheila): Eu queria partir do movimento a partir da simpatia mesmo, mas sem ironia.

busca de música na rádio....


(Sheila): - Proposta 1: Desde que estou buscando trabalhar sem “intenção representativa”... Minha proposta é trabalhar o movimento dentro da beleza, se dar direito à beleza. É isso: trabalhar movimento e beleza.

Proposta 2- colocar na respiração os mesmos adjetivos de beleza: uma respiração que ocupe o seu lugar no espaço.

Proposta 3- o olho enquanto órgão, o olhar erótico, dentro de si, for a de si, onde está o foco.

Proposta 4- beleza na relação entre olhar e respiração. A beleza no encontro destes

Proposta 5 – A mesma coisa com a não obrigatoriedade de fazer coisas

Proposta 6 – Escolher um (a)ser ou um estar, (b) bonita ou feia e (c) os demais no pertence não-pertence. A idéia é sempre pertencer. Quando não se pertence é preciso mudar. No pertence alonga a ação do estar, seja penetrando ou intensificando
[muito interessante: o movimento dentro dos padrões de movimento do outro e cedendo a ele. ser para o outro segundo ou ele]

Proposta 7 – Sté: vc faz o movimento e a gente diz se está bonito ou está feio.
Proposta 8 – agora no tá ridícula, tá gostosa.
Proposta 9 – Agora uma telepatia dita, falar o processo de pensamento....
Sentido de estar na ação.

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Diários Imersão 1 com Sheila Ribeiro - GORDURA

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contem, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.


Ontem Sheila pediu para as meninas trazer objetos... Dentre as coisas hoje presentes no trabalham estavam um espelho, sapatos, cintos, espartilhos, maquiagens e uma música da Madonna.
A partir de agora as informações aqui contidas serão mais fragmentadas. O nome da pessoa em parênteses antes das frases citam a pessoa a qual remeto determinada idéia, fala ou voz, mas da maneira com a qual compreendi e interpretei o que a pessoa expressou. Entre “[]” estão meus pensamentos e posicionamentos momentâneos e em itálico coisas mais descritivas.
(Sheila) - A idéia a princípio é a cada encontro trabalhar a partir de uma “palavra estopim”
- Possibilidade da explicitação da relação corpo cidade, com a qual o SFT não trabalha muito [Adoro..!]. {- relação de Pertence /não-pertence; - relação craque câmera de vigilância; - vários níveis de mascaramento e adaptação pessoal do que poderia ser uma vida humana nesta cidade.
- Simpatia Full Time invertido: Sté: interesse no pop e no kitsch (pop deslocamento, kitsch posicionamento de classe. - universo da cognição). Faz-se algo muito mais da ordem do pastiche, da ironia, do que ser simpática. Isso já é opressor, é uma forma de oprimir [a criação?]. Tem que tomar cuidado para não se afogar nisso.
- Direção: valores que vou colocar para ver se fazem sentido.
- Palavra de hj: gordura. Ontem falei de a gente ter uma lista de coisas que possamos focar a gordura: a própria gordura como coisa biológica material; peso (físico); táctil; representação (gordura como produto); idéia de gordura. Auto-imagem: a gordo – gordura – banha.
- Noção de full time nessa coisa toda: full time é coisa que é todo mundo simpático, sorrindo, te entendendo e vc se ferrando. Tá todo mundo aparentemente bem servido mas vc tá se ferrando. O full time é confiável, inserível, pertencente, adulto, respeitoso. Pretensão de ser.... tudo como se...
(Sté) - Isso tudo é o corpo social... O corpo que vc mostra para o outro. Representação de si, lógica do e pro outro.
(Sheila) - Multinacional, social, liberal....
(Gi) - Tem um outro lado que não nega esse: um jeito como a gente encara as coisas, a criação e o projeto que entra o tempo todo na coisa/vida. Criação não é para nós, no SFT, diferente da vida, o que eu falo aqui estou aplicando no dia-a-dia.
(Sté) – Estamos em uma linha bem tênue do processo terapêutico
(Sheila) - São duas coisas diferentes para mim: uma coisa é de onde a obra parte. Tem a obra e tem o que vcs estão fazendo com isso. Ambigüidade das ações: não só ir contra algo, mas explorar alguma coisa a partir dele.
(Cã) - Eu trouxe um espelho porque encarar meu corpo no espelho pode ser um estímulo.
(Sheila) - Vamos trabalhar primeiro em processo individual.
(Gi) - Trouxe roupas, sapatos.
(Sheila) – Todas as viagens que fiz para países em que os seres humanos têm mais dificuldade os artistas são mais representativos, não têm paz de espírito. Eu acho que a minha contribuição é trabalhar com coisas menos representativas. Gordura é enormemente irrelevante e relevante. Vamos buscar surpresas no seu corpo (para Gi). Sté começa com a sua música da Madonna.

Cada uma para um lado.

Cândida se despe.... Gi também.
Cândida: movimentos entre danças e exercícios. Vai largando as peças de roupas que veste. Sté deitada mandando Erotica da Madonna. Cândida posicionou o espelho na frente de seu corpo.
Cândida rindo do seu corpo sobre o espelho.... Gi coloca uma cinta. Cândida. Espelho no chão vendo o movimento do corpo já completamente nu sobre ele.
Giorgia coloca mais um corpete...

(Sheila) -Vamos explorar as ações dentro do corpo. Sté: procura sons de maneira mais tátil pelo corpo: mais conexão de o que vc está fazendo com a mão e onde está tocando. A Cã encontrou uma coisa super legal na barriga, um movimento que pode explorar com o peito. Gi, eu pensei que vc poderia ir se amarrando mesmo, se apertando mesmo com essas coisas....
(Sheila) - Pensei em usar os mesmos estímulos no corpo do outro. Os Rítmos na Gi e amarração no corpo da Sté.
Peito da Cândida – limite entre o peito bom e ruim segundo o chacoalho....
(Sheila) – Sair da massagem e procurar outras coisas como a percussão erótica.
Sheila no Google pesquisando coisas sobre gordura.
(Sheila) - Gi, se vc puder ir se movimentando....
- Depois todas trabalhando na Cândida. Busca de partes de chacoalho..
- Amarrações da Sté. [Muito adequado para suas queixas em relação à gravidez.... e muito interessante fato de isso ser feito coletivamente. É uma imagem muito potente.]
- Simulação do touro mecânico: todas passaram.... chacoalhos.
(Sheila) - Eu estou propondo para ver se a gente vai para outro lugar. 1 questão na casa: quem é o objeto de quem? Ambientes territórios e estímulos que a pessoa se confronte com a situação. Ex. O fato de ser tocado: ambiente massagem, instrumento musical funcional e o não funcional e o lado erótico. Como colocar uma arquitetura que o espectador vai se colocar naquela função tbm. Se ele tiver que fazer pode não ser simpático, mas pode ser legal tbm. Tem um lado vcs, performers ou os dois... cria uma ambigüidade (vergonha/exibicionismo) em um ambiente que pode ser perverso. Ainda nisso é importante explorar bem o conceito, arquitetura do espaço e corpo do performer. Eu sinto um pouco falta da coisa micro. Isso tbm é um ato político. Uma coisa engraçada: a gente é muito dado para ação. E é engraçado que isso não dialoga com a ação. As vezes esquecemos que tem uma pessoa alí. Se a gente passar pelo negócio da Cândida: alí eu tive um pequeno tabu comigo mesma... Eu fico pensando que vcs trabalho muito no nível das idéias, para ver se o universo tátil dialoga com os das idéias. Quando eu trabalho fico fazendo um scan e parto para o ataque. Importância de se dar outros meios que não apenas o de idéias. Uma coisa é experenciar alguma coisa. Procurar outros sentidos compositivos. Suítes de estados. Flutuar em outras maneiras de se colocar na ação. Público tocado. Como se coloca a situação de ser tocado na casa de forma que isso seja possível e seja impossível o mesmo tempo.
(Cândida) - E se o público perceber que a coisa só vai acontecer se ele agir?
(Sheila) - O perigo é fazer as coisas funcionarem, mas as coisas não tem que necessariamente funcionar. São três possibilidades: quando o touro funciona é ok, quando não funciona ok, e quando não dá certo ok tbm. A coisa vai ser mais facilmente estopim quando a gente entender a função alí.
- Foco: corpo do performer, do espectador ou o contexto. Essa questão tem que ser refletida.
- Questão de ser amarrado. Interessante trabalhar várias possibilidades de composição. Amarração: erótica, tortura, fashion. Vale à pena pesquisar bastante. A bizarrice é impressionante, mas qual é o interesse do bizarro? Ali vem a questão da música, do brega do “Lapada na rachada”. A gente poderia amarrar de outras maneiras para aprender com a ação. Amarrar criando a relação com a gordura. Cultura e natureza tbm é uma questão muito forte.
- Montar o jogo de modo a mostrar os ingredientes com que compomos. É uma das possibilidades de linguagem.
- Subjetivo e social um disfarçado do outro. O movimento para um todo é um movimento de subjetividade.

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Diários Imersão 1 Sheila Ribeiro - ENCONTRO

Atenção: O diário que segue faz parte de uma série relativa à primeira imersão para construção do espetáculo Simpatia Full Time. Como os demais, ele é de minha autoria (Dayana Zdebsky). Embora essa série de diários tente conter as inúmeras vozes e diferentes perspectivas dos sujeitos do projeto a que se refere contem, como todo registro, visões parciais das mesmas. As palavras, idéias e posicionamentos remetidos a terceiros (ou mesmos os meus) são, nada mais e nada menos, que minha compreensão e interpretação dos mesmos, sempre datadas, momentâneas e por vezes fugazes. Como é uma produção massiva e “full-time”, peço de antemão desculpas pelos erros de português, frases mal construídas e informações fragmentadas.


Sujeitos: Cândida Monte, Dayana Zdebsky, Giorgia Conceição e Stéphany Mattanó.

Enfim Sheila Ribeiro chegou. Rápida no gatilho no que diz respeito as suas compreensões da estrutura da conjuntura a semana promete. Em um jantar - e mais algumas passeadas pela cidade - deflagrou coisas como o fato do SFT ter trabalhado muito até então no plano das idéias e com uma pegada psicologista. Partilhamos aqui o mesmo posicionamento: precisamos agir. As idéias podem ser motes, desculpas, nas palavras de Sheila, “estopins para as ações”.
Outra questão levantada que me parece fundamental e que está relacionada à primeira: experimentar e descobrir diferentes caminhos para a criação artística. Tenho por mim que inflexibilidades quanto aos modos de produção artística, o levar muito a sério paradigmas metodológicos/criativos vêm freando o projeto até então. Nestes sentidos a presença da Sheila me “conforta”: seja lá como for, ela tem capital artístico e intelectual para acionar certas chaves para lá de necessárias. De certa forma, como já comentado em outros encontros/interlocuções, uma certa “direção” e, em alguma medida, “autoridade” (em sentidos estritos que não consigo especificar no momento) me parece que, agora, pode ter feito falta para as meninas.
Acho também que tenho muito a aprender com ela no sentido de como se portar e transmitir certos recados de maneira direta e sem agressividade. Meu jeito de ser direta foi inúmeras vezes tomado como algo agressivo, e penso que talvez o tenha sido de fato...
Dentre conversas sobre belezas e feiúras, auto-imagens imaginadas, lipoaspirações confessadas, gravidez, sexualidade, bebês de provetas e segregações em certas danças graças ao peso de certos corpos, Sheila deflagrou a primeira palavra estopim (irritante e grande questão): “gordura/banha”.
Dentre outros assuntos de nosso jantar estiveram a sociedade vigilante curitibana (com seu modo específico de vigilância, uma vez que todas sociedades exercem algum tipo de vigilância, seja ela explícita ou não) e padrões locais de beleza (toda sociedade tem o seu padrão).
Por fim Sheila pediu que as meninas levassem objetos (se não me engano relativos a construções corporais) para o trabalho de segunda. E também sugeriu perguntas relacionadas aos pra quês e não (apenas?) por quês.
Dayana Zdebsky

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